Igor Padoim
por Igor Padoim
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Era uma vez um coelho cinzento, nascido em uma família antiga e bem-estabelecida como representantes de sua deusa.

A deusa Freya era cultuada há séculos em Toca-de-Beterrabas, e a família deste coelho compunha alguns de seus adoradores mais fervorosos – tanto que estes formavam todas as alto-sarcedotizas de Freya desde antes da história registrada na vila.

Hoje o passado não é o nosso tópico no entanto. Nosso assunto hoje é Melvin.

Melvin, um jovem coelho adentrando há pouco tempo no começo de sua vida adulta, se portava algo abaixo da média de seus colegas, com 24cm de altura e 4kg. Seu pelo cinza, sempre muito bem cuidado e lustroso, apresentava uma grande mancha esbranquiçada em sua barriga, de que Melvin se envergonha e esconde, sempre que possível, assim como focinho e arredores dos olhos de tom igualmente esbranquiçado.

Melvin, retrato de

Seus olhos são azul-turquesa, e ele porta um par de orelhas sempre atentas e alertas.

Seu único defeito era ter nascido menino.

A despeito disso, sua mãe, desde muito jovem, o ensinou as técnicas e caminhos da deusa – como cultuá-la, como respeitá-la, e como usufruir de suas bençãos.

As demais sacerdotisas de Freya desaprovavam de tal postura de sua mãe desde que Melvin se recordava, mas sua mãe nunca se dobrou à pressão, e sempre seguiu passando a Melvin tudo que ela conhecia sobre o culto à deusa.

Melvin tinha para si que isso nasceu de que ele era, em si, um milagre. Sua mãe nunca houvera conseguido levar uma gestação a cabo, não até a sua própria. Mesmo então, Melvin nascera filho único, o primeiro em séculos!

Desde então, nunca mais sua mãe sequer conseguiu novamente engravidar, tampouco gerar herdeiras válidas.